Pele de Gato

Pele de Gato
Samba Minha Vida

PELE DE GATO RECOMENDA

- Buraco do Galo - Em Oswaldo Cruz, Roda de Samba de primeira comandada por Edinho Oliveira com as maravilhosas Pastoras , ambiente familiar cerveja em garrafa e tira-gostos saborosos,vale apena conferir, todo primeiro sábado do mês - Rua Dna Vicência

- Sambastião - Na Rua do Russel - Glória , Roda de Samba apadrinhada por Ataulpho Alves Jr. acontece aos sábados na praça Luiz de Camões (grátis) horário de 15:00h as 22:00h. Cerveja gelada,caldos e tira-gostos maravilhosos.

- Terreiro de Crioulo - Na rua do Imperador 1075 - Realengo - acontece sempre nos segundos sábados de cada mês , muito partido Alto , Jongo e Sambas de Terreiros, a roda é comandada por Paulo Henrique Mocidade.

- Samba da Ouvidor - Esquina da Rua do Mercado e em frente a Rua do Ouvidor , acontece de 15 em 15 dias aos sábados com início ás 15:00h(confira datas no blog do Samba do Ouvidor)-

Vale a Pena Ver

- Noel Poeta da Vila -Filme contando parte da vida de Noel Rosa. -(Muito Bom)

- "O Mistério do Samba" - Documentário sobre a Velha Guarda da Portela. - (Ótimo)

- Música para os Olhos - Documentário sobre a vida de Cartola. - (Bom)
- Nas batidas do Samba - Documentário sobre a evolução do Samba.- (Ótimo)

- A Elegância do Samba - Documentário sobre a vida de Walter Alfaiate. - (Bom)

"UM SENHOR DE RESPEITO" - SÉRIE PUXANDO CONVERSA

PARTIDO ALTO

CLUBE DO SAMBA

HOMENAGEM AOS CUIQUEIROS - POR ANTÔNIO MIRANDA - (POSTAGEM DO BLOG CUIQUEIROS DE PAULINHO BICOLOR)

Cuiqueiro que se preza não pode ver uma câmera!!!!! Tá sempre rindo e de boca aberta. Mas por que será que todo cuiqueiro sorri???? Sorri porque a arte de tocar cuíca é para poucos. Bem poucos. Sim, tocar cuíca é fácil. Mas tocar com alma é outro papo. Tocar com alma é colocar o sentimento em cada nota que tira, em cada puxada na vareta, em cada agudo tirado. É tocar como se a cuíca fosse a extensão de seu corpo e o traduzir de sua alma.
Diferente dos outros, cuica não se bate! Cuíca se toca. Se toca, ô cara! Não é só, como diz o povo que gosta de sacanear os cuiqueiros, “puxar o pau”. É muito além disso. É tratar o instrumento como a mulher amada, é tocar com carinho, com sentimento de modo a obter de cada nota o mais belo dos sons, deixando, a cuica (e a mulher amada também!) como em pleno estado de gozo. Gozo para quem toca e para quem ouve também.
Sem esquecer a importância das caixas, surdos, repiques, tantãs, tamborins e os outros, temos na cuica um instrumento mágico. Mágico por sua diversidade de possibilidades e mágico porque os leigos imaginam como é tocado. De tão mágico, atrai sempre o rebolar da mulata, as cadeiras da passista que, como enfeitiçada, vem sambar pertinho para delírio do cuiqueiro. É por isso que abre aquele puta sorriso! Tinha que ser diferente? Francamente não.
Já passei por diversas situações de chegar pleno desconhecido em uma roda de samba e, após a primeira gargalhada na cuica, atrair o olhar de muitos. Chego cuiqueiro anônimo. Saio cercado de amigos. Certa vez, em uma dessas rodas, escutei uma frase que traduz muito disso. “Quem chega com uma cuica não tá de inocente na roda...” Acho que é isso mesmo. Quem toca cuica sabe o que faz e como faz. Sabe dar a chorada bonita no samba de mesa, quando a canção exige, dando, além do molho e suingue, um ar de tristeza e dor de cotovelo para, no minuto seguinte, cair na gargalhada trazendo a alegria geral.
De tão incomum, o instrumento vira sobrenome. É comum conhecermos os Fulanos e cicranos da cuica! (Não vou aqui nomear nenhum para não cair na injustiça com os demais.). Mas não se conhecer fulano do surdo, beltrano da caixa... é coisa só de cuiqueiro mesmo!
Porque, a cuica, vira a extensão de si mesmo? Além de ser tocada junto ao corpo, a cuica exprime um pouco da alma humana, da alegria e da tristeza, da marcação contínua que dá o suingue, da rápida aparição e destaque para, no minuto seguinte misturar o seu suingue a todos os outros, completando com cada nota, cada toque o desenho da percussão.
Como disse o Natal, “se bateria de escola de samba fosse sinfônica, a cuica seria o violino”. Nem precisa dizer o quanto concordo com ele. E, mais que isso, ser cuiqueiro é ter em si o pleno estado de arte, de graça, o sorriso de quem admite que a vida é bela, mesmo nas choradas de tristeza que a cuica dá e que são plenamente compensadas pelas gargalhadas dela mesmo que contagiam ao cuiqueiro e a todos que ouvem. Em suma, ser cuiqueiro é conhecer de pertinho bem mais que as cadeiras da mulata, da passista. Ser cuiqueiro é ter respeito à alegria da vida.



SAMBA NO BURACO DO GALO

PARA QUEM AINDA NÃO CONHECE AÍ VAI UM VÍDEO DO SAMBA NO BURACO DO GALO, NA MINHA OPINIÃO A MELHOR RODA DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO, QUANDO DIGO MELHOR NÃO ME REFIRO SOMENTE A QUALIDADE MÚSICAL, MAS SIM A TODO O CLIMA QUE CERCA ESTE LUGAR ESPECIAL CRAVADO NO SUBÚRBIO CARIOCA DE OSWALDO CRUZ E FEITO COM NEGRITUDE (QUE NÃO E JÚNIOR RSRSRRS)


UM SALVE AO SAMBA NO BURACO DO GALO !!!!!!!!!!

OVÍDIO BRITO - SAUDADES


OVÍDIO BRITO


ABAIXO UM VÍDEO QUE POSTO COMO UMA PEQUENA HOMENAGEM AO GRANDE , CUIQUEIRO, RITMISTA E SAMBISTA, OVÍDIO BRITO.
OBS: Muito importante a observação que o Martinho da Vila faz sobre ser cantor de SAMBA..."É MUITO IMPORTANTE O CANTOR TER UM TIMBRE DE VOZ PRÓPRIO, POIS SENÃO ELE PODE ESTUDAR, TER SUINGUE QUE VAI SEMPRE SER UM CANTOR MEDIANO".


NOSSA ESCOLA DE SAMBA - -Vila Isabel 1965 (Manuel Horacio Gimenez)

Este documentário me fez entender um pouco mais a mudança no comportamento e no andamento de nossas Escolas de Samba. É muito simples...na segunda metade do século XIX, o Rio de Janeiro começou a receber os Negros alforriados e vindos de todas as partes do Brasil, principalmente da Bahia, que ocuparam os morros do centro da Cidade como Pedra do Sal , Morro da Conceição e o Morro da Favela que foi ocupado pelos Negros vindos da Guerra de Canudos. Bem, como todos sabem o Samba e oriundo da África(chamado Semba) é só reparar que neste documentário o ritmo e a forma de dançar se assemelha a rituais religiosos Africanos, isso porque 99,99999 % dos integrantes da escola eram Negros que moravam nos morros ou bairros de onde eram as Escolas. Com o passar dos anos além do que já se comenta,(que as escolas estão super inchadas, que o samba parece frevo, que o pobre não tem mais espaço e por ai a fora) a população que habitava os Morros da cidade foi mudando, hoje já não temos como grande parte dos moradores de Favelas os Negros e sim Nordestinos vindos em sua maioria da Paraíba, Ceará e de Pernambuco, onde a cultura musical é outra (Frevo,Maracatu,Forró ......), não que dizer que o que temos hoje é ruim por causa disso, mas que é um dos motivos, me parece bem claro, não só no comportamento das Escolas como também no comportamento das próprias comunidades.
O Samba é um espaço democrático, tem espaço para todos, independente de Cor, Raça e Sexo, porém é bom lembrar que o SAMBA É E SEMPRE SERÁ ORIGINALMENTE CULTURA DO POVO NEGRO representados aqui no Rio de Janeiro pelas Tias Baianas, pelos Bambas dos Morros do Estácio, Mangueira e Subúrbio de Oswaldo Cruz.


A PORTELA DE MONARCO E NOCA DA PORTELA

PESSOAL ,NESTE VÍDEO TEMOS UM RESUMO DA VIDA MUSICAL DE MONARCO  E NOCA DA PORTELA, PORÉM A PARTE DO NOCA ME DEIXOU UMA DÚVIDA.......A MÚSICA "É PRECISO MUITO AMOR" SEMPRE SOUBE QUE ERA DE CHICO DA SILVA, SÓ QUE NESSE VÍDEO OS CRÉDITOS VÃO PARA NOCA DA PORTELA E TIÃO DA MIRACEMA, AFINAL, A MÚSICA É DE QUEM???? ALGUÉM SABE ME DIZER???


ESCOLAS DE SAMBA S.A

A UNIDOS DA TIJUCA FOI A GRANDE CAMPEÃ DO CARNAVAL CARIOCA.........MAS ME DESCULPEM ,PODEM FALAR O QUE QUISER, QUE É O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA, UM GRANDE SHOW, QUE É LINDO E TUDO MAIS....AGORA ESCOLA DE  SAMBA NÃO É MAIS A UM BOM TEMPO ,GOSTARIA QUE ME FALASSEM NOS ÚLTIMOS 20 ANOS ALGUM SAMBA MARCANTE !!!!!!! E AS BATERIAS, CADA ANO QUE PASSA O RITMO ESTA MAIS ALUCINANTE E ESSE NEGÓCIO DE PARADINHA VIROU UMA OBSESSÃO. AS ESCOLAS DE SAMBA NÃO SÃO MAIS PARA SAMBISTAS, HOJE TEMOS BAILARINOS,COREÓGRAFOS, ARTISTAS,MODELOS,"MODELOS",TURISTAS PESSOAS DE CLASSE MÉDIA ALTA, RICOS..... E AOS POBRES DOS MORROS ,FAVELAS E SUBÚRBIOS SÓ RESTARAM AS ALAS DAS COMUNIDADES, PORQUE ATÉ MESTRE SALA E PORTA BANDEIRA,BAIANAS, PERCUSSIONISTAS E ALA DOS COMPOSITORES NÃO SE TEM MAIS ESPAÇO PARA O POVÃO.....A PROVA DISSO FOI QUE ENQUANTO OS COMPONENTES DA UNIDOS DA TIJUCA FESTEJAVAM NA QUADRA DA FRANCISCO BICALHO, O POVÃO COMEMORAVA NA QUADRA ANTIGA DO MORRO DO BOREL QUE NÃO TEM ASSISTÊNCIA NENHUMA DA DIRETORIA, DESSE POVÃO TODO QUE ESTAVA NO BOREL SE 5% DESFILOU PELA UNIDOS DA TIJUCA FOI MUITO E ASSIM É NA MAIORIA DAS ESCOLAS, ISSO COMEÇOU COM A ENTRADA DE PESSOAS QUE NADA TINHAM A VER COM AS ESCOLAS EM SUAS DIRETORIAS E COMEÇOU A REINAR A ERA DOS CARNAVALESCOS(ARTISTAS PLÁSTICOS), FOI ASSIM NA DÉCADA DE 70 COM FERNANDO PAMPLONA NA DE 80 E 90 COM JOÃOZINHO 30 E NESTA ÚLTIMA DÉCADA COM O PAULO BARROS, PESSOAS ESTAS QUE NÃO SÃO SAMBISTAS E SIM CARNAVALESCOS...COMO O PRÓPRIO NOME DIZ VIVEM DO CARNAVAL E NÃO DO SAMBA. BOM NÃO ADIANTA CHORAR, ASSIM ESTÁ E ASSIM VAI CONTINUAR, ISSO SE NÃO PIORAR...É UMA PENA ,........QUE SAUDADES DOS TEMPOS QUE " DE UMA BARRICA SE FAZIA UMA CUÍCA DE OUTRA BARRICA UM SURDO DE MARCAÇÃO..........
PESSOAL ABAIXO UM PEQUENO DOCUMENTÁRIO SOBRE A "EVOLUÇÃO" DAS ESCOLAS DE SAMBA, NO FINAL TEMOS UM SAMBA QUE É NA VERDADE UM LAMENTO DOS VELHOS SAMBISTAS.



SÉRIE PUXANDO CONVERSA - HARMONIA DO SAMBA - XANGÔ DA MANGUEIRA

GRANDE PARTIDEIRO - XANGÔ DA MANGUEIRA
 DIREÇÃO VALTER FILÉ - JULHO DE 1999

JOVELINA PÉROLA NEGRA , ANICETO DO IMPÉRIO e GONZAGUNHA


MÚSICOS
Theo - réco-réco , Jorginho Cebion - tamborim , Luiz Carlos - pandeiro , Fred - surdo , Osvaldinho - cuica , Edmilson - violão , Dedé Paraiso - cavaquinho.

ACADEMIA DO SAMBA - UMA AULA DE VIDA

ESTA POSTAGEM FOI ESCRITA EM 24/01/2012 E SÓ ESTA SENDO PUBLICADA HOJE POIS ESPEREI VIREM AS FOTOS DO ENCONTRO.
CARLINHOS PANDEIRO DE OURO, ATAULFO ALVES JR. E GUARACY

Amigos e Família, hoje (14/01) fui presenteado com um almoço na casa no "Seu"Guaracy com presença de Carlinhos Pandeiro de Ouro e Ataulfo Alves Jr, cheguei lá 14:00h e sai as 20:00h...já são 21:53(hora em que escrevo) e ainda estou em ecstase, meu povo ganhei gratuitamente uma aula de Samba e ainda comi um belo churrasco....também estavam presentes integrantes da Império Serrano, entre estas pessoas estava a Filha de Dona Eulália, fundadora do Império, passei a tarde ouvindo sambas Históricos e histórias que a vida inteira li e agora estava ouvindo de pessoas que participaram disso tudo.
 "Seu" Guaracy um exemplo,  músico que tocava percussão na famosa Academia do Samba do Ataulfo Alves, estudava nos camarins , foi campeão Carioca de salto triplo e 100 m rasos entre 1961 / 1970, se formou em direito e virou Delegado de Policia e nem por isso mudou seu jeito humilde de viver (pude comprovar isso hoje em sua casa).
Carlinhos Pandeiro de Ouro, percussionista de 1ª linhagem, além de ser integrante da Academia de Samba do Ataulfo Alves, tocou com vários artistas consagrados(Beth Carvalho, João Nogueira, Martinho da Vila e outros), foi para os EUA e se tonou um consagrado professor de Percussão sendo inclusive homenageado pelo Obama, na volta o deixei na Mangueira onde ele é pandeirista Show( ele diz que na avenida não se toca Pandeiro se faz malabarismo)  mas ele adora pois lá arrumou grande parte de suas mulheres, algumas mães de seu 10 filhos rsrsrsrsrs, inacreditável mas o coroa tem mais folego que muito garotão de 20 anos, o pandeiro é seu instrumento de profissão mas toca tudo ,pegou minha cuíca e brincou.
Ataulfo Alves Jr. , filho do Mestre Ataulfo Alves, cantor de voz maravilhosa,compositor de belas músicas,até hoje recordista de semanas em 1º lugar nas rádios do Brasil com "Os Meninos da Mangueira" e ainda por cima é meu Amigo.
 É vou dormir para ver se sonho com o dia de hoje que foi muito especial...Boa a Noite para todos ,pois o meu dia foi MARAVILHOSO.
MARCELO PAXU E GUARACY

CARLINHOS PANDEIRO DE OURO, PAXU E GUARACY

VELHA GUARDA DA PORTELA - MORRO DE ALEGRIA - SANTA MARTA - BOTAFOGO

BELA MANEIRA DE COMEÇAR O CARNAVAL, FEIJOADA DA VELHA GUARDA DA PORTELA NO MORRO DE ALEGRIA ,NA QUADRA DA MOCIDADE UNIDA DO SANTA MARTA EM BOTAFOGO. 17/02 - 16:00H


MATRIZES DO SAMBA NO RIO DE JANEIRO - DOCUMNETÁRIO

Neste documentário temos uma pequena aula do que é o Samba Carioca, com passagens pelo Partido Alto, Sambas de Terreiro e Sambas Enredo.


Matrizes do Samba no Rio de Janeiro
Documentário produzido pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para o registro do samba no Rio de Janeiro: Partido Alto, Samba de Terreiro e Samba-enredo.
O registro deste bem cultural ocorreu em 20/11/2007.

PROGRAMA É BATUCADA - ENTREVISTA COM RAFAEL LO RÉ

 ENTREVISTA COM RAFAEL LO RÉ

                            
                           Entrevista com Rafael Lo Ré - Parte 01 from É Batucada on Vimeo.


                           
                           Entrevista com Rafael Lo Ré - Parte 02 from É Batucada on Vimeo.


 RAFAEL LO RÉ, SAMBISTA DE SÃO PAULO DA NOVA GERAÇÃO, ESTUDIOSO DO SAMBA DO CARIOCA ,CANTOR E COMPOSITOR.  
ABAIXO VÍDEO COM  UMA BREVE AULA SOBRE O SAMBA DE SÃO PAULO COM O GRANDE OSVALDINHO DA CUÍCA.



MARCELINO JOSÉ CLAUDINO - "SEO" MAÇU - O MESTRE DOS MESTRES - SALA




Nos tempos do samba pesado, dos valentes e dos bambas, o "Seo" Maçu já era um batuqueiro considerado, pois tanto dava o seu recado nos pagodes, que se armavam nos festejos da Penha, como também nas batucadas da Praça Onze, onde entrava firme e decidido botando muita gente no chão com suas hábeis pernadas.
          Para ele, o rodízio da batucada braba daquela época (uma espécie de torneio entre os famosos batuqueiros), era negocio só para quem podia encarar: "só ficava em pé quem tinha cartaz, e mesmo assim num cochilo qualquer perdia o nome".
         
Filho de escravos e nascido numa família pobre na Zona Oeste, logo ele encontrou no Morro da Mangueira o local onde construiria sua independência e onde escreveria sua história. Marcelino José Claudino nasceu no Rio de Janeiro a 7 de julho de 1889 (existem citações de que ele nasceu no ano de 1899), e desde menino gostava de assistir aos ranchos com seus cortejos majestosos, quando então ficava sempre de olho na figura elegante dos mestres-sala, que faziam suas evoluções coreográficas ao lado das porta-estandartes.
          Depois que entrou firme nas batucadas e tirou patente de bamba, além de marcar presença nas rodas de samba, passou a integrar os grupamentos de samba que surgiram na Mangueira, e era um dos que formavam a "linha de frente" do Bloco do Arengueiros, que descia o morro com a finalidade de mostrar as aptidões dos bambas e valentes, que brigavam no braço, na perna, na base do apu e da navalha, e que não se intimidavam com tiros.
          Mais tarde, foi ele quem teve a idéia da fusão dos grupamentos carnavalescos existentes no morro, e por ocasião da criação da Estação Primeira de Mangueira, em abril de 1929, figurou entre os fundadores e foi também o primeiro mestre-sala da escola.
          Apesar de simples carroceiro era elegante e caprichoso, conforme recorda o cronista Jota Efegê: "Elegantemente trajado, numa "pinta de lorde" a Luis XV, cabeleira branca, bonito leque na mão direita, o sambista Marcelino, que era destro no "rabo de arraia", na "banda", aparecia agora esbanjando elegância. Era um galã conduzindo a porta-bandeira, com figurações e filigranas coreográficas".
          Além de mestre-sala categorizado, “Seo” Maçu, ainda era uma espécie de protetor ou guardião da escola, pois, quando partia alguma ameaça de acabar com o samba , tanto por parte de outros valentes ou da própria policia , era ele quem tinha que resolver a questão, entrando com a sua conversa malandra ou, se preciso fosse, com a sua valentia. Era "pau pra toda obra", e por isso assumiu a presidência da verde e rosa muitas vezes(foi o presidente que mais tempo ficou no cargo - 17 anos). "Sempre que o negócio virava abacaxi e queriam acabar com a minha escola, eu assumia o cargo", segundo declarou mais tarde.
          “Seo” Maçu viveu sempre no morro, junto da sua escola, e ainda nos últimos anos de sua vida, quando já havia sido erguido um "Palácio do Samba" em Mangueira (denominação da nova sede inaugurada em 1972), podia ser visto na quadra como um "ilustre desconhecido", pois sendo um bamba do passado, ficava perdido no meio de doutores, intelectuais e artistas freqüentadores da escola. É que no mundo do samba moderno, cheio de inovações, não havia mais lugar para o velho batuqueiro, pobre e inculto, mas que defendeu enquanto pode (mesmo na base da valentia a sua querida Estação Primeira de Mangueira.
Mas, no fim da vida, virou zelador dos banheiros do Palácio do Samba. Já com 74 anos, Marcelino pediu à direção da verde e rosa uma função na escola. Foi oferecida a diretoria de patrimônio, mas Maçu, vendo a quadra ser invadida pela classe média e por pessoas de um mundo que não era o seu, recusou.
Ele próprio sugeriu então que poderia cuidar dos banheiros. Aí quem não quis foi a Mangueira, que lhe ofereceu um salário para ficar em casa  afinal, um símbolo como Marcelino Claudino não poderia ser visto nesta função. Mas Maçu bateu pé, não queria ficar em casa, queria servir à Mangueira. E foi assim que o negro alto e elegante encarou a função com dignidade, pouco antes de morrer.
No morro, ele ficou ate o fim de sua vida. Seu passamento ocorreu na madrugada do dia 08 de maio de 1973, e o seu corpo foi sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier, coberto com a bandeira da escola que fundou e que procurou defender até o fim de uma longa existência. 
 (fonte jornal O Globo)

"CAUSO"

CARTOLA GOSTAVA DE CONTAR ESSA HISTÓRIA PARA OS MAIS PRÓXIMOS:
- SEMPRE FUI MULHERENGO, ERA BOÊMIO E VIVIA COM OS VALENTES PELO MORRO, CANTANDO E TOCANDO VIOLÃO,MARCELINO QUE ERA BRAVO E RESPEITADO COMO O MAIOR DOS VALENTES,"DONO" DE VÁRIAS MULHERES E VIVIA ARMADO ME ESCOLHEU PARA SER SEU "ALUNO DA MALANDRAGEM", DIZIA PARA TODO MUNDO QUE EU ERA SEU PROTEGIDO E ESTAVA ME ENSINANDO TUDO DIREITINHO.POIS NÃO É QUE A MULHER DE FÉ DO MARCELINO, A FAVORITA DELE,RESOLVEU BULIR COMIGO?? AQUELE NAMORO DE LONGE, OLHA DAQUI, UM SORRISINHO DE LÁ, ATÉ QUE SURGIU O CONVITE PARA EU DAR UMA PASSADINHA NA CASA DELA,QUANDO SEU HOMEM NÃO ESTIVESSE. FIQUEI MEIO APAVORADO, MAS A NEGA VALIA O PERIGO. NO DIA COMBINADO, NO BOTEQUIM, PRA ME PREVENIR, PERGUNTEI PARA O MARCELINO SE ELE ME EMPRESTAVA SUA ARMA, JÁ QUE EU IA "VISITAR A MULHER DE UM VALENTE" E NÃO QUERIA IR DESCOBERTO. ELE DEU UMA GARGALHADA E ME MANDOU IR TRANQUILO, QUE VALENTE LÁ ERA ELE, QUE TODO MUNDO SABIA QUE EU ERA SEU PROTEGIDO E NÃO IA ACONTECER NADA. O QUE EU NÃO ESPERAVA É QUE, CURIOSO POR SABER QUEM ERA A TAL DAMA QUE ME CONVIDARA, ELE ME SEGUISSE E ME APANHASSE NO SEU BARRACO. FICOU FURIOSO. ME FEZ DESCER O MORRO DEBAIXO DE TAPAS NA ORELHA, XINGANDO MINHA MÃE E O RESTO DE MINHA FAMÍLIA DE TUDO QUANTO ERA NOME. NO BOTEQUIM NÃO SE CONTEVE E CONTOU PARA A TURMA O MOLEQUE QUE EU ERA. ME ENFIAR NO BARRACO DELE COM SUA MULHER. FOI SÓ GARGALHADA, O DONO DO BOTEQUIM DISSE QUE ELE ERA ÓTIMO PROFESSOR , QUE ME ENSINARA A MALANDRAGEM E QUE AGORA SÓ FALTAVA O DIPLOMA.....MARCELINO FOI MEU AMIGO A VIDA INTEIRA!!!!!!!!! 
(fonte  - livro Cartola Semente do Amor Sei que Sou,Desde Nascença - autor Arley Pereira)

CHORINHOS E CHORÕES

POSTAGEM DEDICADA AO MESTRE MÁRIO PEDRO, MENTOR DO CANTO PRA VIVER OFICINA DE SAMBA E CHORO.




UM SALVE AO MÁRIO PEDRO !!!!!!!!!!

LUGARES,SAMBAS E BAMBAS 10


ZONA PROTUÁRIA - RJ
PEDRA DO SAL /VIZINHA FALADEIRA

SANTO CRISTO
O bairro de Santo Cristo foi povoado por portugueses que desembarcavam no cais do porto e lá se instalavam comercial e residencialmente. Esta é a origem dos sobrados dúplex, que consistiam em residência no segundo andar e comércio no andar térreo.
O bairro foi importante na região que corresponde aos atuais bairros portuários cariocas, tendo papel fundamental na estruturação da malha urbana, identidade cultural e história popular da cidade do Rio de Janeiro. É um dos poucos locais da cidade onde o traçado urbano e as formas de uso residencial trazem, ainda hoje, a autenticidade do momento de sua produção. Seus caminhos sinuosos, suas muitas escadinhas, travessas, becos, adros, escadarias e ladeiras guardam mais de quatrocentos anos de história e são uma memória viva do "morar carioca".
O comércio e a tortura de escravos marcaram muito a história do bairro. O grande número de escravos pobres e doentes, por exemplo, contribuiu para a inauguração do primeiro hospital da cidade, chamado de Nossa Senhora da Saúde.
A influência do catolicismo também se fez muito presente no bairro. Seu nome deve-se a igreja que se localiza na praça de Santo Cristo, chamada Santo Cristo dos Milagres - nome que provém da imagem do padroeiro trazida dos Açores em Portugal. Contam os mais antigos que navegadores portugueses bateram em uma rocha no meio do mar, mas não naufragaram. Atribuíram o milagre à imagem do Santo que era levada na embarcação.

GAMBOA
Entre o final do século XVIII e boa parte do século XIX, a Gamboa foi um arrabalde aprazível e pitoresco, escolhido pela aristocracia e por endinheirados do RJ como local para suas chácaras e palacetes. Próximo ao mar, reclinado sobre uma suave colina, a Gamboa serviu de residência para, entre outros, o futuro Visconde de Mauá. Era também o bairro favorito dos grandes negocistas ingleses estabelecidos na capital do Império do Brasil. A proximidade com o Centro e com o porto era um fator de comodidade, portanto valorizado. A Gamboa também foi o local escolhido para receber o cemitério dos Ingleses, uma das mais antigas necrópoles do Brasil.
A partir do final do século XIX, a Gamboa foi perdendo seu status, quando a aristocracia passou a ocupar os bairros do Catete, Glória, Flamengo, Botafogo e Laranjeiras, fugindo da proximidade com o porto.
Depois da campanha militar da Guerra dos Canudos, em 1897, a Gamboa recebeu os contingentes de soldados que foram lutar na Bahia. Nas encostas do Morro da Providência, nasceu a primeira Favela de que se tem notícia. O nome "Favela" provinha de um morro da Bahia que, segundo seus novos moradores, era muito semelhante ao Morro da Providência.
Como bairro propriamente dito, a Gamboa nasceu oficialmente por meio de um Decreto Municipal de Criação do então prefeito Marcos Tamoyo, no ano de 1981, tendo sido oriundo do bairro da Saúde, com o intuito de aumentar o desenvolvimento sócio-econômico da Zona Portuária, o que só começou a ocorrer a partir do início do século XXI
 GAMBOA

Pedra do Sal é um monumento histórico e religioso da cidade do Rio de Janeiro, localizado no bairro da Saúde, perto do Largo da Prainha e Praça Mauá -  Rio de Janeiro.
É onde se encontra a Comunidade Remanescentes de Quilombos da Pedra do Sal. tombado em 20 de novembro de 1984, pelo INEPAC - Instituto Estadual do Patrimônio Cultural.
É um local de especial importância para a cultura negra carioca e para os amantes do SAMBA e do choro. Pode ser considerada como o núcleo simbólico da região chamada de Pequena África, que era repleta de Zungus, casas coletivas ocupadas por negros escravos.
Na Pedra do Sal, que fica a 100 metros do Largo da Prainha, reuniam-se grandes sambistas do passado, como Sinhô, João da Baiana , Heitor dos Prazeres, donga e Pinxinguinha.
Partindo de sua base, no Largo do João da Baiana, e subindo por degraus escavados na pedra, pode-se subir para o Morro da Conceição.
Marco da ocupação inicial da cidade do rio de Janeiro pelos portugueses, o Morro da Conceição formava, juntamente com os morros do Castelo, de Santo Antônio e de São Bento, um quadrilátero onde a cidade cresceu por três séculos, a partir da sua fundação em 1565. Seu modo de vida particular, semelhante aos tradicionais bairros portugueses, se manteve apesar das profundas transformações urbanas ao seu redor. Enquanto os morros do Castelo e de Santo Antônio foram total ou parcialmente derrubados e o Centro da cidade estabeleceu-se como área de comércio e negócios, o Morro da Conceição permanece como lugar de moradia, rodeado por prédios que o escondem parcialmente dos transeuntes.
A origem de seu nome deve-se a uma pequena capela em homenagem à Nossa senhora da Conceição, construída no topo do morro, em 1590, pela devota Maria Dantas. Anos mais tarde, Maria Dantas doou aos frades do Carmo a capela e as terras do entorno para a construção de um convento. Em 1659, os monges capuchinhos franceses iniciaram a construção do que veio a tornar-se, várias décadas depois, o Palácio Episcopal.
O lado noroeste do morro, onde se ergue um segundo pico menos proeminente, também já foi chamado de "Morro do Valongo". Essa distinção foi usada até o começo do século XX, até a fundação do Observatório do Valongo em 1926.
Sobre o Morro da Conceição, havia as baterias do Morro da Conceição e do Morro do Valongo para defender a cidade.



RODA DE SAMBA DA PERDA DO SAL
Nos dias de hoje temos a Roda de Samba que acontece toda segunda na Pedra do Sal é uma das melhores da cidade, atualmente.O espaço é democrático, sempre chegam músicos e compositores para tocar e cantar. O som é acústico. Bacana que eles abrem espaço para as pessoas cantarem músicas de sua própria autoria.
O samba começa às 18 horas, mas a partir das 16 horas já é servido um PF no Bodega do Sal, boteco ao lado da roda. Pode ser carne assada com macarrão, rabada... Depende do dia. O boteco é daqueles da antiga, com mesas de madeira escura e cervejas de garrafa. 
A música costumava acabar às 22 horas, mas está tudo tão animado e gostoso que pode ir até as 23h.
A Pedra do Sal fica próxima ao Lgo de São Francisco da Prainha, seguindo a rua da esquerda até o final.
 


VIZINHA FALADEIRA
 
O nome da escola surgiu como uma espécie de ironia a duas moradoras da Rua da América, a "Velha França" e a "Velha do Beco", conhecidas e afamadas faladeiras das vidas alheias.
A escola é conhecida por ter ficado com as atividades paralisadas entre 1940 e 1988, um total de 48 anos. Em sua história, destacam-se os enredos sobre contos infantis.
A Vizinha Faladeira está sendo resgatada, por um grupo de pessoas ilustres e de boa vontade, agregando os trabalhadores do porto e os moradores dos bairros da Saúde, Santo Cristo, Morro do Pinto, Providência, além de pessoas da Zona Sul, que começam a descobrir a escola.
A Vizinha Faladeira participou pela primeira vez dos desfiles em 1933. No ano seguinte, com o enredo Malandro Regenerado, a escola trouxe 12 luxuosas limusines, com pessoas bem vestidas, formando a comissão de frente. Gambiarras iluminavam a avenida, num desfile em que, apesar de delirantemente aplaudida, a escola obteve o 6º lugar.
Para o carnaval de 1935, foram contratados os irmãos Garrido, os melhores cenógrafos da época. O enredo escolhido para o desfile foi Samba na Primavera. Naquele ano, segundo alguns estudiosos, a Vizinha teria apresentado o primeiro carro alegórico utilizado numa escola de Samba: um caramanchão sobre rodas. A comissão de frente veio montada a cavalo. Mais uma vez o sucesso foi extraordinário, mas a escola ficou novamente apenas em 4º lugar.
Em 1936, quando o público e a imprensa aguardavam mais novidades, a Vizinha apresentou o enredo Ascensão do Samba na Alta Sociedade. Pela primeira vez desfilou uma ala de damas, com sombrinhas. Os integrantes da bateria vieram fantasiados de malandros, com seus instrumentos de barrica francesa. Uma sofisticação, já que as outras escolas traziam instrumentos pesados e de má qualidade de som.. Novamente obteve o 6º lugar. 
Uma só bandeira foi o enredo de, uma homenagem às bandeiras nacional e dos estados. Naquele ano, o luxo e o esplendor das sedas fornecidas só foram superados pelas 40 gambiarras que a escola trouxe, iluminando a Praça Onze com as luzes flamejantes dos lampiões de carbureto. Foi um grande contraste com as co-irmãs, iluminadas com velas e lamparinas. Naquele ano, a escola conquistou seu único título da divisão principal.
Em 1939, a Vizinha Faladeira trouxe o maior carnaval da década de 30. O enredo Branca de Neve e os 7 Anões teve, pela primeira vez no carnaval, uma ala infantil, fantasiada de anões, e apresentou, também pioneiramente, destaques luxuosos, em cima dos carros. A consagração foi total. Quando todos esperavam o bicampeonato, veio a decepção: a escola foi desclassificada por infringir o item do regulamento que proibia temas estrangeiros. 
Devido a este fato, a diretoria resolveu acabar com aquela que fora a maior, a mais rica, a mais irreverente e revolucionária escola da época. Mas em respeito a seus componentes e ao grande público a diretoria preparou a última surpresa: no Carnaval de 1940, a Vizinha desfilou normalmente até divisar o palanque dos julgadores, parando mesmo antes de se apresentar para os mesmos e desfraldando uma faixa com os dizeres: "Devido às marmeladas, adeus Carnaval. Um dia voltaremos", e desfilou por trás do palanque dos julgadores, caracterizando-se assim, o primeiro e mais importante protesto em desfiles de Escolas de Samba até os dias de hoje.
No dia  06 de janeiro de 1989, quase cinquenta anos após ficar com a bandeira enrolada, foi convocada uma assembleia geral e foi revivida a escola, que desfilou no Grupo de Acesso no ano de 1990. Foi campeã com um enredo sobre Clara Nunes.Esse resgate da escola contou com um grupo de pessoas ilustres e de boa vontade, agregando os trabalhadores do porto e os moradores dos bairros da Saúde, Santo Cristo, Morro do Pinto, Providência, além de pessoas da Zona Sul, que começam a descobrir a escola. Mas os tempos são outros e a escola, apesar de ter conseguido chegar ao segundo grupo na década de 90 e repetindo esse feito na primeira década dos anos 2000, ainda sente dificuldade de se manter nos principais grupos do carnaval carioca.
Em 2003, a escola resolve trocar a sua bandeira. O antigo símbolo da vizinha linguaruda foi deixado de lado e surgiu uma sereia em seu lugar. A vizinha linguaruda foi o símbolo da primeira formação da escola, nos anos 30, e mantida durante alguns anos após a volta da escola aos desfiles. O novo símbolo deu sorte e a escola conquistou mais um titulo em 2004, conseguindo ascender ao Grupo A, no qual permaneceu por dois anos, de 2005 até 2006.
Vizinha Faladeira década de 1930
 Helinho 107 um dos maiores compositores de samba enredo do Rio de Janeiro


CIDADÃO DA ZONA PORTUÁRIA   - HEITOR DOS PRAZERES / SINHÔ / JOÃO DA BAIANA


HEITOR DOS PRAZERES

      


Filho do marceneiro Eduardo Alexandre dos Prazeres que tocava clarinete e caixa na banda da Polícia Militar e Guarda Nacional, e de Celestina Gonçalves Martins dos Prazeres.
Heitor seguiu o ofício do pai tornando-se marceneiro, carpinteiro e um ótimo polidor de madeira. Certa fase da vida chegou também a ser tipógrafo e sapateiro.
Estudou nos Colégio Benjamim Constant, colégio de padres de Sant’Ana e no Externato Sousa Aguiar. Por não ser bom aluno foi expulso de todos estes colégios, chegando a concluir apenas o quarto ano primário. Em sua vida aprendeu mais com sua avó do que com professores.
Embora trabalhasse desde os 7 anos, aos 13 foi preso por vadiagem, passando dois meses na Colônia Correcional da Ilha Grande.
Desde os sete anos tocou cavaquinho, instrumento que chegou a dominar com maestria. Com 14 anos já animava festas tocando em conjuntos de choro. Chegou também a tocar banjo em conjuntos instrumentais.
Suas primeiras composições datam de 1912: O limoeiro, limão e Adeus, óculo.
Em 1927 iniciou um atrito com o compositor Sinhô. Heitor reclamou a autoria de dois sambas: Ora vejam só e Cassino maxixe (primeira versão de Gosto que me enrosco), ambas gravadas por Francisco Alves. O conflito originou outros dois sambas: Segura o boi, de Sinhô e Olha ele, cuidado, de Heitor dos Prazeres. Um ano depois, com a nova versão de Cassino maxixe, a definitiva Gosto que me enrosco gravada por Mário Reis, Heitor não se conformando compõe O rei dos meus sambas, alfinetando novamente Sinhô.




 SINHÔ


Filho de um pintor, admirador dos grandes chorões da época, foi estimulado pela família a estudar flauta,piano e violão
Casou-se cedo, aos 17 anos, com a portuguesa Henriqueta Ferreira, tendo que labutar para sustentar os três filhos. Por volta de 1911, tornou-se pianista profissional, animando os bailes de agremiações dançantes, como o "Dragão Club Universal" e o "Grupo Dançante Carnavalesco Tome a Bença da Vovó". Não perdia nenhuma roda de samba na casa da baiana Tia Ciat, onde encontrava os também sambistas Germano Lopes da Silva, João da Mata, Hilário Jovino Ferreira e Donga.
Ficou surpreso quando Donga, em 1917, registrou como sendo dele (em parceria com Mauro de Almeida) o samba carnavalesco Pelo Telefone, que na casa da Tia Ciata todos cantavam com o nome de O Roceiro. A canção, que até hoje é motivo de discussões, gerou uma das maiores polêmicas da história da música brasileira, com vários compositores, entre eles Sinhô, reividicando sua autoria. Para alimentar a polêmica, compôs, em 1918, Quem São Eles, numa clara provocação aos parceiros de Pelo Telefone. Acabou levando o troco. Exclusivamente para ele, foram compostas Fica Calmo que Aparece, de Donga, Não és tão falado assim, de Hilário Jovino Ferreira, e Já Te Digo, de Pixinguinha e seu irmão China, que traçaram-lhe um perfil nada elegante: (“Ele é alto e feio/ e desdentado/ ele fala do mundo inteiro/ e já está avacalhado...”). Pagou a ambos com a marchinha O Pé de Anjo, primeira composição gravada com a denominação marcha.

O gosto pela sátira lhe trouxe alguns problemas mais sérios, quando compôs “Fala Baixo”, em 1921, um brincadeira com o presidente Artur Bernardes. Teve de fugir para casa de sua mãe para não ser preso. Cultivou a fama de farrista, promovendo grandes festas em bordéis, o que não o impediu de ganhar o nobre título de “O Rei do Samba” durante a "Noite Luso-Brasileira", realizada no Teatro República, em 1927.
Durante o ano de 1928, ministrou aulas de violão a Mário Reis, que se tornaria o seu intérprete preferido e que lançaria dois dos seus maiores sucessos: Jura e Gosto Que Me Enrosco. Compôs o último samba, O Homem da Injeção, em julho de 1930, um mês antes de sua morte, no entanto a letra e a melodia deste samba desapareceram misteriosamente, não chegando ao conhecimento do público.
Morreu em decorrência da tuberculose, a bordo da barca "Terceira", durante uma viagem entre o Centro do Rio e a Ilha do Governador, onde morava. Seu velório e funeral foram descritos com tintas literárias por Manuel Bandeira.


JOÃO DA BAIANA


João Machado Guedes, conhecido como João da Baiana (Rio de janeiro, 17 de maio de 1887 — Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 1974), foi um compositor popular, cantor, passista e instrumentista brasileiro.
Filho de Félix José Guedes e Perciliana Maria Constança, Era o mais novo e único carioca de uma família baiana de 12 irmãos. O nome João da Baiana veio do fato de sua mãe ser conhecida como Baiana".
Cresceu na Rua Senador Pompeu, no bairro da Cidade Nova, no Rio de Janeiro, sendo amigo de infância de Donga e Heitor dos Prazeres

Quando criança freqüentou as RODAS DE SAMBAS e MACUMBA que aconteciam clandestinamente nos terreiros cariocas. Participou de blocos carnavalescos e é tido como o introdutor do pandeiro no Samba. Teve por muito tempo um emprego fixo não relacionado a música, tendo inclusive recusado, em 1922, viajar com Pixinguinha e os Oito Batutas para não perder o posto de fiscal da Marinha. A partir de 1923 passou a compor e a gravar em programas de rádio e em 1928 foi contratado como ritmista.
Além do pandeiros, sua especialidade era o prato e faca, populares nas gravações da época.
Algumas de suas composições da época foram "Pelo Amor da Mulata", "Mulher Cruel", "Pedindo Vingança" e "O Futuro É uma Caveira".
Integrou alguns dos pioneiros grupos profissionais de samba, entre eles o Conjunto dos Moles, Grupo do Louro, Grupo da Guarda Velha e Diabos do Céu.
Participou da famosa gravação organizada por Heitor Villa-Lobos a bordo do navio "Uruguai" em 1940, para o disco "Native Brazilian Music", do maestro Leopold Stokowski, com sua música "Ke-ke-re-ké".
Na década de 1950 voltou a se apresentar nos shows do Grupo da Velha Guarda organizados por Almirante, e continuou compondo até a década de 1970.
Em 1968 gravou com Pixinguinha e Clementina de Jesus o histórico LP "Gente da Antiga", produzido por Hermínio Bello de Carvalho, onde lançou, entre outras, as ancestrais "Cabide de Molambo" e "Batuque na Cozinha", depois regravada por Martinho da Vila.